Milhões de anos de ... história?: A mais longa e encantadora viagem no tempo, em companhia de Ázvil, sempre retornando para mais uma aventura. Seja livre, deixe-se emocionar.

A eternidade se mostrava diante deles de uma forma tão contundente, que não puderam experimentar emoção semelhante nem mesmo em seus momentos mais abençoados de contemplação. Luzes vivas turbilhonavam em espirais que alcançavam o infinito. Possivelmente, o tempo interrompera seu caminhar. Então, uma avalanche estrondosa encheu o túnel luminoso, percorreu a distância que os separava dela e abriu espaço entre os dois.
Pouco a pouco, voltando a si, perceberam a energia se condensando num belo menino, que lhes sorriu e disse:
– ‘Que a harmonia reine neste mundo e em todas as esferas dos Universos’.
Uma vibração incomum percorreu toda Dânae, mostrando matizes de cores nos céus. Os Magísteres, com um poder de observação sem igual, também tinham ouvido o agudíssimo som espiritual de flauta, que parecia vir de todos os lugares do espaço. Os antigos sensitivos, sem exceção, haviam erguido seus olhares para os céus.
Os Magísteres eram um grupo de anciãos da época em que os anjos alados haviam ali descido para se acasalar com as belas e os belos jovens da raça. Quando admiraram sua obra, depois de éons, ficaram tão extasiados com a grandiosidade e beleza dos Universos criados, que desejaram se fundir com ela.
Os que presenciaram os efeitos causados pela contemplação, decidiram organizar um Conselho. Através dele, chegaram ao consenso de, antes de se fundirem à magnífica obra, deixarem a herança de sua estirpe. Então, vendo que os ainda escassos habitantes das estrelas eram os únicos mais próximos da natureza angélica, se organizaram em grupos e desceram até eles. Ali, encontraram os ‘primeiros’, os anciãos e suprassensitivos que, mais tarde, receberiam o título de Magíster. Assim, espalharam-se pelas ainda pequenas comunidades de Dânae e escolheram entre os jovens mais qualificados os que mesclariam suas energias com as deles.
Mas, agora, os Magísteres se conectavam telepaticamente uns com os outros, pois um evento desses não acontecia todos os dias. Milhões de anos se escoavam antes que um Filho das Galáxias nascesse entre eles. Comprometidos a guardar silêncio sobre um acontecimento desta natureza, se transladaram instantaneamente para Ambax.
Não podendo deixar que percebessem suas presenças, permaneceram circulando entre o povo local, sem a menor suspeita, esperando o quadragésimo dia de nascimento de qualquer novo habitante, quando a comunidade se reunia para dar as boas-vindas ao recém-chegado.
O terceiro dia de nascimento de Ázvil coincidiu com o dia da chegada da equipe em missão no extremo da galáxia. Elissi-El, depois de liberada dos apetrechos levados na viagem, saiu do transparente prédio da Sede das Missões e se reuniu aos companheiros que ali ainda conversavam mais demoradamente.
Depois de uma agradável troca de observações entre os colegas, Elissi-El sentiu a energia de um olhar, fixo sobre ela. Virou-se e confrontou-se imediatamente com Rhomer. Num rápido frisson, desviou os olhos, mas a irresistível atração causada pelo magnetismo do olhar de Rhomer a fez olhar novamente em sua direção. Ele abriu um largo e cintilante sorriso, e abriu espaço entre os grupos, caminhando até ela, que, sem perceber, havia agido da mesma maneira.