EVANGELHO DE PAULO: As análises dos ensinamentos de Paulo e a natureza das influências que o levou ao apostolado. Um estudo detalhado dos pontos mais polêmicos do novo testamento.

Havíamos feito outras perguntas, todas respondidas dentro desta mesma linha, em vista de invariavelmente recorrerem aos escritos, receando dizer algo fora do contexto preparado por Paulo: eram cordeiros obedientes, como Paulo sempre exigia.
Chegamos a sentir uma certa dor, como se um lamento brotasse no coração e erguesse uma prece a Deus, pedindo que desse aos homens melhores recursos para não serem imersos em possíveis ilusões que outros iludidos ou mal intencionados preparavam. A humanidade parecia perdida e cega, apalpando o caminho e se agarrando no que tivesse mais à mão, não como uma escolha bem examinada, mas por falta de opção. Faltava ao mundo orientadores bem preparados, portadores de um verdadeiro amor ao próximo e sabedoria, para então bem encaminhar os que se dirigiam a terrenos pantanosos. Não precisamos de salvação para as almas lá do outro lado, porque se salvas as almas ainda na terra, obviamente já chegariam lá lúcidas, iluminadas pelas boas orientações recebidas enquanto aqui.
Para finalizar, colocamos mais uma pergunta:
E se quando chegarem do outro lado não houver nada do que Paulo prometeu que vocês encontrariam, e se todos esses dons e bens gratuitos pela graça e pela fé não existirem de fato e forem só uma ilusão dos homens crentes?
R: Aí, não sabemos. É, pode ser. Se não for como pensamos, teremos que resolver isto lá. Mas até verificarmos se vai acontecer ou não, nós vamos crer que aconteçam.
E assim, vimos crescer um impulso. Visávamos alcançar uma maneira terna, cuidadosa, de explicar certas coisas, para quebrar o escudo que isola as pessoas muito crentes em preceitos com forte indício de fraudulentos, mas evitando o choque, a decepção e até mesmo a revolta, caso se sentissem enganadas tão cruelmente. Se o livre arbítrio concede a um o direito de perverter ensinamentos, o mesmo livre arbítrio concede a outro o direito de examinar e rever o que os maldosos repassam aos fiéis à religião.
O que tem sido feito aos cristãos é uma maldade sem tamanho, maldade que esconde sob o véu da garantia da obtenção de vantagens imerecidas os interesses escusos.
Logo no início de nossa análise pudemos ver o grau de preocupação de Paulo em firmar entendimentos abalizados na Lei de Moisés, e que os Sacerdotes tanto exigia a observância. Notamos, que até o seu esforço para, no evoluir de seus textos, desqualificar a Lei, anulá-la do Cristianismo, era um modo de mostrar a força que ela exercia sobre ele. Para todos os efeitos, vinham de Deus. Então, estava claro que precisávamos nos concentrar naquilo que foi registrado no Velho Testamento e que os judeus tanto primavam, porque colocava-os em condição de superioridade frente a todos os povos do mundo, porém com muita exigência.
De posse desta evidência, só restava a devida associação de cada uma das palavras proféticas sobre as quais divagou, ponderou e construiu suas assertivas. Desde que encontrada esta associação, tudo emergiria de um salto, indicando a origem dos conceitos de seus ensinamentos.