Eventualidades Ilusórias

Dona Maria da Graça morava no bairro Boa Esperança. Com 65 anos estava aposentada e ia duas vezes por semana no centro cultural fazer ginastica. Ela sempre foi solidaria com os semelhantes, ajudava quem precisasse. Animada conversou com as amigas porque estava querendo fazer faxina na casa de duas senhoras de idade. Ivone, Wanderléia, Gertrudes e Zenilda gostariam de ajuda-la. Combinaram fazer as faxinas nos sábados porque essas mulheres trabalhavam. Em dias diferentes seriam solidarias nesses serviços comunitários.
Enquanto faziam limpeza Ivone quase chorando comentou ter quarenta anos, continuava solteira e não tinha amigos. Como se isolou da sociedade estava com depressão.
Passada uma semana no sábado esta senhora foi fazer limpeza na casa de dona Marli, Wanderléia a acompanhou neste trabalho voluntario. Durante o café da tarde entristecida Wanderléia com 45 anos estava solteira. Nos finais de semana transava com diversos homens, mas era uma pessoa infeliz e sua vida estava vazia.
No outro final de semana Maria da Graça e Gertrudes visitaram Irene. Ela tinha três filhos pequenos e o marido estava desempregado. Esta mulher fazia produtos artesanais e o esposo os vendia. Gertrudes chorando contou que nunca foi amada por seus familiares. Ela se tornou amante de um homem casado.
No outro sábado esta senhora bondosa e Zenilda foram fazer limpeza na casa de Marte que estava gravida de oito meses. Dona Isabel fez o almoço a sua filha e convidou as amigas para almoçarem. O marido de Marta estava animado porque iria ser pai do primeiro filho. Zenilda começou a chorar, pois em sua gravidez teve a febre zica transmitida pela picada do mosquito Aedes. Infelizmente transmitiu esta doença ao filho que nasceu com microcefalia. O ex-marido a desprezou e foi morar com outra mulher. Ele afirmava que o filho nasceu com microcefalia porque a mãe dele era pecadora.