O Puro Sujeito do Conhecimento segundo Schopenhauer

Querer o menos possível e conhecer o mais possível, eis a máxima que conduziu minha trajetória de vida. Pois a vontade é o que há de mais comum e de pior em nós. Devemos ocultá-la como se faz com a genitália, embora ambos sejam a raiz de nosso ser.

Este pequeno ensaio é uma leitura de O Mundo como Vontade e como Representação, mais especificamente os parágrafos 30 a 36, cujo tema central é o Puro Sujeito do Conhecimento.
O que é ou quem é este sujeito? Certamente ele não é um único individuo, mas é certamente um único sujeito, já que é universal. É em certo sentido um estado de experiência estética, pois este Puro Sujeito refere-se a todo indivíduo que se esquece de si enquanto indivíduo – tornando-se sujeito – e se perde no objeto ou na pura objetidade. Nessa “perdição” de si no objeto, o indivíduo é, de uma feita, sujeito e objeto. Sujeito e objeto, aqui, são correlatos indissociáveis, já que há um espelhamento perfeito entre a Idéia (objeto ou objetidade adequada da vontade) e o puro sujeito do conhecimento. Quem intui (o gênio) não se pode separar daquilo que se intui (a Ideia): “claro espelho do objeto”.
Para que tenhamos uma compreensão adequada deste conceito, central na filosofia de Schopenhauer, dividiremos o tema em pequenos sub-capítulos, com a finalidade de explicitar em esquema de comparações e contraposições, o que significa o puro sujeito do conhecimento. Qual a diferença entre o gênio e o homem comum?
É preciso, de antemão, diferenciarmos os conceitos de indivíduo e sujeito, diferenciação fundamental que nos permitirá entender a unidade e a multiplicidade e em qual destes âmbitos se situam o gênio e o homem comum.