Os Conceitos na História

Como os historiadores trabalham com os conceitos? De onde eles extraem os conceitos que empregam em suas análises historiográficas? Como mudam os conceitos na própria História, agora compreendida como campo de saber? É possível fazer uma análise histórica de boa qualidade sem conceitos? Em que se distingue o uso dos conceitos, pelos historiadores, do uso dos conceitos em outros campos de saber como a Filosofia, Antropologia ou Sociologia? Até onde se deve levar a preocupação com a precisão conceitual sem prejudicar a compreensão e comunicabilidade de uma obra de História? Estas indagações essenciais são respondidas pelo autor neste ensaio que interessa não apenas aos professores e estudantes de história, mas a todos os leitores de obras de História que desejam elevar o nível de leitura das obras produzidas pelos historiadores.
Conforme assinala o autor, a História, entre todas as ciências humanas, e na verdade entre todas as ciências, constitui um caso realmente particular no que se refere ao seu uso dos conceitos. Somente ela, por tratar com duas temporalidades distintas – a época do próprio historiador, e a época diferenciada à qual se refere o objeto de estudo ou processo examinado – apresenta uma complexa questão a ser examinada: a concomitância de dois níveis distintos de conceitos que devem ser considerados pelo historiador.
Este livro discute todas as relações possíveis entre conceitos e História. Além de examinar a peculiaridade do uso de conceitos neste campo de saber que é História, a obra discute a historicidade dos próprios conceitos. Particularmente, chamamos atenção para as duas ordens de conceitos de que lançam mão os historiadores: a série de conceitos produzidos pelos próprios historiadores profissionais em suas análises historiográficas, e a série de conceitos que é trazida pelas fontes históricas, a qual demanda uma análise crítica e contextualizada por parte do historiador.