A história do trem azul

Era uma vez dois irmãos músicos que compartilhavam as suas criações diariamente. Clédio fazia melodia e Luiz gostava mais de poesia. Luiz criava os versos e Clédio pegava o violão e dedilhava tentando encontrar uma música para combinar com a poesia. Nem sempre conseguia consolidar a melodia com a letra. Quando Clédio não conseguia fazer isso, chamava o irmão para modificar os versos:
- Precisa mudar a letra, pois está confusa...
- O quê? – Perguntou Luiz.
- Você diz: “confessar sem medo de mentir que em você encontrei inspiração para escrever...”
- O que tem demais na estrofe?
- Acredito que você está blefando. Tenho a impressão de que esta garota não existe...
- Por quê?
- Não acredito que uma pessoa sinta amor e não se declare. Se ela é como você, ela sabe sim como dizer, pois você, quando sente amor, todo mundo fica sabendo. Também não acredito quando você diz: “te dou meu coração, queria te dar o mundo”. Não é melhor você dizer logo que pode dar o coração, o mundo e o luar do sertão seguindo no trem azul?