Bela Dama - A Empresária do Ano: & Outros Escritos

I
(A5, 154 P.) - Era por volta das oito de uma noite de sábado. Após várias trocas de olhares e, em seguida, uma sutil aproximação, pós-cedida de um educado convite, feito este por um rico homem à, por ele, considerada Bela dama para um simples chopp na praça de alimentação, eis que, o mesmo, depois de alguns minutos de prosas e xavecos com ela, acreditando finalmente já ter conquistado a dita linda jovem, tomando a iniciativa, carinhosamente lhe diz:
_ Dá-me um beijo...
A considerada por ele bela dama, para a sua surpresa, lhe responde:
_ Sou capitalista, não dou nada de graça a ninguém...
Ele, nesse primeiro momento, ainda querendo acreditar que ela estivesse brincando, também em tom de brincadeira e descontração, carinhosamente pergunta-lhe:
_ Quanto custa então?
Ela, todavia, seriamente responde-lhe:
_ Depende...
Ele, já começando a perceber que ela não estava brincando, mas falando sério, indaga:
_ Depende de que ou do que?
_ Do tipo de beijo.
A partir daí, ele finalmente cai na real: descobre que ela não estava brincando, mas falando sério. Entretanto, sem jeito com a situação, mas não dando-se por vencido, curioso, querendo saber mais da moça, procura manter o diálogo, perguntando-lhe:
_ Ora, como assim, beijo não é beijo?
Ela, discordando dele, de forma técnica, profissional, dá-lhe uma explicação, dizendo-lhe:
_ Não. Para mim, beijos são serviços que eu vendo de acordo com as vontades dos meus diferentes clientes. E, em seguida, parecendo uma espécie de mulher-máquina, emenda:
_ Qual a sua vontade senhor?