Mandrágora

Quatro tiros, o conde ensanguentado, a condessa perplexa e seu amante com um revólver na mão. Este é o início do escândalo que poderia ser apenas o desfecho de tensa crise conjugal, mas assumiu proporções impensáveis na pacata Veneza dos anos 1900. A partir da cena dramática, jornalista brasileiro residente na Sereníssima decide escrever um livro sobre o caso e inicia investigação que tentará desvendar as múltiplas personalidades da condessa russa Sophie Torskaya, morta há muitos anos. Mulher inteligente, bela e rica, Sophie passa a ter sua vida detalhada diante do Tribunal de Justiça de Veneza, depois de ser acusada de assassinato do marido. Seu julgamento dura três anos, acompanhado por jornais e revistas de todo o mundo. À medida em que avança na investigação sobre a condessa russa, o jornalista vê-se atraído pela cada vez mais fascinante mulher, admitindo para si mesmo surpreendente e inigualável paixão por um fantasma. Mais do que registrar uma história de bizarrices, o livro que o jornalista escreve sobre Sophie é notável depoimento sobre os tormentos e as delícias das paixões que ultrapassam os limites do tempo e da morte.