Limite branco

“Existem em Limite branco páginas antológicas, capítulos em que a escrita de Caio atinge os píncaros e as escarpas da alta literatura, com o verdor de um estreante jovem.”
— ITALO MORICONI

“Caio flertou permanentemente com os limites. Ao longo de uma trajetória literária e existencial repleta de coerência e altivez, conheceu-os todos. Percorreu as sarjetas e a ribalta. Foi poeta, romancista e dramaturgo. Bateu às portas do céu e arrebentou as portas da percepção.”
— EDUARDO BUENO, ZERO HORA, 26/2/1996

"Não, não é fácil ser a gente mesmo da cabeça aos pés, da unha do dedo mindinho até o último fio de cabelo. Por isso, não posso condenar Edu, não posso condenar meu pai nem minha mãe, nem qualquer outra pessoa. São apenas seres que ficaram no meio do caminho, que não tiveram força suficiente para ir até o fim.”

Em Limite branco, seu romance de estreia, Caio Fernando Abreu narra as angústias e os questionamentos de Maurício, jovem que, aos poucos, percebe que se tornar adulto é algo inevitável e muito perturbador. A proximidade da vida adulta se dá concomitantemente à sua mudança do interior para a capital, onde é obrigado a assumir responsabilidades para as quais talvez ainda não esteja preparado.

O personagem, que se confunde com o próprio autor, tem dificuldade para entender o sentido da vida e para lidar com as descobertas dessa fase. Escrito em 1967 e publicado em 1970, Limite branco já antecipa as angústias que dominariam a obra posterior de Caio.

No prefácio a esta edição, o crítico e poeta Italo Moriconi assim descreveu o livro: “Eis aqui um romance de adolescência. E, de tão perfeito que é, de tão bem-construído, arrisco-me a dizer que se posiciona como um clássico do gênero em nossa literatura recente.”

Em seu primeiro romance, Caio já demonstra maturidade, e, hoje, com justiça, é um dos nomes mais importantes da literatura nacional.