HELENA

Jorge Luiz era um escritor de sucesso. Com 50 anos, ficou viúvo. Como havia sido feliz no casamento, decidiu casar-se novamente. Ele queria corrigir uma pequena falha de Júlia, sua falecida mulher, que havia perdido o interesse em fazer sexo. Jorge Luiz passou a frequentar bares e shoppings, na ânsia de encontrar uma jovem que pudesse corrigir aquele pequeno erro de Júlia. Ele desejava Helena, uma jovem de 27 anos, contudo ela era filha de seu maior amigo. Na busca de uma jovem para se casar, no shopping, ele conheceu Patrícia, de 26 anos. Na mesma noite, em um barzinho, conheceu Carmem, de vinte e cinco anos. Na realidade, Jorge estava doente. Nem os amigos nem as três jovens percebiam que havia momentos que ele se comportava como se estivesse no mundo da fantasia. Havia momentos que ele achava que outro escritor estivesse escrevendo a história da vida dele: que era a vida de um Escritor que queria casar-se com uma jovem. Quando Jorge Luiz soube que o pai da jovem Patrícia era um grande empresário e que mantinha a casa cheia de Seguranças, com medo de sequestro, passou a imaginar que o Escritor, que escrevia a história dele, estivesse preparando uma tragédia e que ele e a jovem Patrícia seriam vítimas dos Seguranças. Jorge alertou Patrícia que a história deles acabaria em uma grande tragédia e que, para evitar essa tragédia, ele teria que tomar a caneta da mão do escritor e, ele mesmo, passaria a escrever a história da vida dele. A jovem percebeu que Jorge Luiz não estava bem, contudo achou que se tratasse da idiossincrasia do Escritor. Na festa do aniversário do pai da jovem, Patrícia convidou Jorge para darem uma volta, para contemplarem o céu de Brasília. Quando eles saíram da casa, foram seguidos pelos Seguranças. Pararam o carro em um local deserto e desceram para contemplarem as estrelas. Jorge Luiz disse para Patrícia que iria devolver a caneta ao escritor, pois havia manipulado a história e teria evitado a tragédia, escrevendo ele mesmo a tragédia de Asdrubal. Mesmo percebendo a confusão mental de Jorge Luiz, Patrícia sugeriu que seria precipitado devolver a caneta ao escritor, pois a história não havia acabado. Nesse exato momento, os Seguranças saem dos carros, agarram Patrícia e, ao colocá-la no carro, para sequestrá-la, a jovem reage e bate com uma pedra na cara do Segurança. Ensandecido, ele mata a jovem com cinco tiros. Helena, que havia desistido de lutar pela preferência do Escritor, mudando-se para São Paulo, retorna a Brasília para cuidar dele. A um passo da loucura, Jorge Luiz confunde a jovem Helena com Helena de Tróia. Então, ele passou a acusá-la de mulher de muitos homens, de destruidora de cidades, de ter roubado o tesouro de Menelau. A mente do Escritor havia acabado de entrar em colapso. Jorge Luiz passou um ano internado em uma Clínica. Recuperou a memória e se casou com a jovem Helena.