Logo abaixo disponibilizamos um breve resumo do livro ALTO LÁ!: STOP! para que você tenha uma idéia do assunto do qual ele trata. Se rolar a página você terá a oportunidade de fazer a leitura online.
Impossível não sentir pena ao ver estes homens perfilados, barbeados, fardados, disciplinados e principalmente... muito, mais muito mesmo mal remunerados, lado a lado antes de mais um dia de trabalho!
Precisaria, qualquer ser humano normal, gozar de muita frieza para não se sensibilizar com toda a situação envolvida no caso.
Porém, sob essa aparente disciplina reina um perigo mortal, que principalmente o governo de São Paulo, assim como seus comandantes sabem perfeitamente como administrar.
Primeiramente, que me perdoem os recrutas e os veteranos: quem “vai arriscar o pescoço por causa de R$ 1.500,00?” (salário médio de um Policial Militar que trabalha em São Paulo).
Infelizmente, somente àqueles que não tem mais opção ou aqueles que dizem ter a chamada “vocação” para o ofício, para ganhar pouco, ser mal tratado e ainda assim se conformar com todo o resto, consequentemente, aceitam o trabalho.
O que surge daí?
Seres “doutrinados” completamente revoltados com o mundo, com a vida, com o semelhante, com Deus, com o diabo, etc., então, quem paga o preço é a população que reside na periferia, particularmente, a população negra e pobre, pois esses homens e isso já foi documentado em declarações de comandantes, são treinados acima de tudo para terem um comportamento racista, respeitarem somente a farda e mesmo os negros que usam farda, acham-se acima dos outros que não a usam...
Também nascidos nessa sociedade pobre e carente, ao invés de oferecer segurança a sociedade, esses homens são o retrato típico do que ocorre no Brasil: a força sobrepujando os direitos individuais. E o pior, não tem consciência disso, uma vez que asseveram convictos: “tudo em nome do dever!”
Esses homens e mulheres com um “treinamento” tendencioso e preconceituoso, saem da academia, achando que o mundo “tem que pagar!” E o próximo, até que se prove o contrário é seu inimigo em potencial. Se o comandante falar, até um gato ele tem que matar!
Se por um lado, existe uma população crescente de criminosos e desordeiros de toda horda, a violência e o comportamento peculiar da Policia Militar do Estado de São Paulo (onde vivo), está longe de justificar com mortes, O DIREITO A VIDA! Por um fator muito simples: “violência gera violência!”
As leis são brandas e a Polícia Militar “é dura!” não funciona, nunca funcionou e nunca vai funcionar!
Ao término vem-se sempre com aquele blá, blá, blá de país democrático, direitos iguais, justiça plena e etc.
Pois bem, pega-se esses indivíduos necessitados acima de tudo de “UMA BOA CONSULTA PSIQUIATRICA E O CONSEQUENTEMENTE ACOMPANHAMENTO QUE NÃO DÃO”, enfia-lhes uma arma na mão e diz-lhes: “vão fazer justiça!”
Atirando primeiro muitas vezes e perguntando depois!
São ensinados assim, a Tropa de Choque “precisam ser assim!” afinal de contas quem normalmente racional, vai se dar ao trabalho de acampar defronte barracos de construídos de alvenarias, onde existe crianças, senhoras, velhos, doentes e etc., e sob a batuta de um “maestro” do Poder Judiciário, coadjuvado com um regente de comando, consegue destruir a moradia de infelizes bater em mulheres grávidas e ainda comemorar o “ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER?!”
Com certeza eu sei que você não toparia tão mister! (...)
Não sei o que acontecia.
Na verdade, eu não sabia o que acontecia.
Hoje, eu sei!
Aonde eu ía, sistematicamente era abordado pela Polícia Militar.
Eu não sabia, por exemplo, ou não entendia, que estávamos sob governo militar, que a polícia dessa época era completamente irracional, preconceituosa e má, muito, mais muito mais do que a que existe hoje em dia!
Não havia controle externo (muito menos interno) e “as balas corriam soltas!”
E nesse ínterim, tá lá um adolescente pobre, preto e periférico.
É esse: “mão pra cabeça negão!”
E um desses que um dia assim falou, era verdadeiramente negro, tez preta como ébano, me chamando de negrão, “eu marrom”. (...)
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