Para Meu Pai - Poemas e Sonetos de Walfrido Alencar e Fábio Braga

Acompanhando a essência da profundidade dos acontecimentos,
após o falecimento do meu pai, Walfrido Alencar, é que eu notei que
a sua pequena grande obra dava para se reunir com a minha
visando gerar um só contexto. Antes eu imaginava que os textos que
havia escrito serviriam para compor um único trabalho. Mas me
enganei. Tudo fora devidamente e gradativamente reservado no
intuito de surgir uma ocasião especial. Assim como nada ocorre por
acaso, este livro de duas autorias intitulado PARA MEU PAI acaba
sendo concluído dentro de uma pontualidade dificílima de precisar,
de tanta revisão, de tanto cuidado para não errar. A cada instante as
mudanças na diagramação me consumiam horas. Ainda bem que o
esforço contínuo de aprimorar as formatações valeu a pena. No meu
entendimento, esta união pai e filho preencherá sobremodo as
expectativas de quem sonhava ver algo assim um dia. Logo, os
versos espetaculares de Walfrido Alencar, que ganhariam rumos de
esquecimento, se por mim fossem abandonados, graças a toda uma
concatenação de dimensões misteriosas e enigmáticas às pessoas
comuns, por sorte, atinge o seu limite. Chega a seu final.
Vai embora o meu genitor de batalhas sociais e adoração às
pessoas deste Mar de Labirinto e em seguida eu me deparo com o
cinza do céu nublado do inverno pernambucano de 2010 – o mais
rigoroso dos últimos anos, pressionando-me, esquisitamente, a que
eu desse os retoques de encerramento à minha parte no livro, para
que, de presente, Deus me compensasse com um verão antecipado,
de muitos brilhos do sol e vivas cores. O resultado disso é o livro
que os amantes da boa poesia e da boa literatura, em suas poltronas,
desfrutarão do caroço à casca.
Apesar de termos estilos poéticos próprios, no cômputo geral a
obra única de Walfrido Alencar em tempo é somada à minha, de
modo que, se tudo desse para se encaixar direitinho, as lacunas do
pai viriam preencher as do filho e vice-versa. Ainda posso garantir
que, se o nosso grande poeta estivesse conosco, a alegria dele seria
imensurável, justo por ver a sua obra ter sido levada adiante por
mãos e cérebro familiares.
Em tom não psiquiátrico, PARA MEU PAI carrega em seu bojo
uma leveza insuperável de versos de toda a natureza que atendem
às expectativas do experiente leitor habituado a novidades. Além,
obviamente, de conter as costumeiras rimas e estrofes requintadas a
enternecer casais de namorados ao relento varando a madrugada
sob a licença da lua a refletir o mar regente da paz oceânica.
Originalidade é o que não falta... E a todos a promessa de uma
excelente e prazerosa leitura. E mil desculpas se eu não contentar a
maioria. Afinal, há de se criar alguém tão perfeito. Por enquanto,
perfeito mesmo, que eu conheço e posso garantir 100%, é Deus, e
que ninguém ouse duvidar.

Fábio Braga de Alencar