Tempo para viver

Introdução

O poeta Horácio (65 - 8 a.C.), dirigindo-se à personagem feminina Leucónoe, aconselha: Carpe diem! Colhe o dia, aproveite o dia, vive com sensatez destilando o vinho, não tenha grandes esperanças para o futuro, porque ele é incerto, vive hoje o melhor possível. Esse conselho de Horácio certamente não é o de viver para os prazeres insensatos e desenfreados, porque isso não combina com a filosofia epicurista do poeta. A ideia é aproveitar o dia com felicidade e utilidade (destilando o vinho) sem preocupações – esperanças ou ansiedades – com o amanhã incerto.
A ideia do tempo, da brevidade da vida, da finitude, possivelmente está entre os temas mais recorrentes da literatura e da arte em geral. Por razões óbvias: a vida se dá no tempo. Como disse Benjamin Franklin, que foi muito mais que o genial inventor, o tempo é a matéria prima da vida. Franklin deu o devido valor ao tempo, nesse sentido maior, na sua relação com o sentido da vida, e valorizou-o também nas coisas menores mas que também têm sua importância por relacionar-se com a felicidade no dia a dia. Ele disse: time is money. Tempo é vida, tempo é dinheiro. Felicidade e produtividade.
Este livro vai enfocar os dois ângulos:
- Buscar o melhor da vida, viver de um modo que faça sentido.
- Administrar as questões do dia a dia, para maior produtividade.
Convido você a fazer duas contas simples, que, acredito, têm potencial para ajudar bastante em suas decisões quanto à orientação da sua vida e também ao emprego racional do seu tempo. São as seguintes contas:
- Quanto tempo de vida você provavelmente tem pela frente?
- Quanto vale sua hora?
Eis as questões que vamos discutir aqui.