Teatro Dramático, Lírico, Didático

Aqui se apresentam todos os escritos produzidos por Betty Milan até 2016 para a cena aberta. Em livro impresso, foram publicados dois gêneros: Teatro Lírico e Teatro Dramático, reunindo seis peças da autora paulista. Agora, na edição em ebook, mais um é acrescentado, o Teatro Didático.
Betty Milan iniciou-se na dramaturgia em 1994, com Paixão, texto escrito para a atriz Nathalia Timberg e encenado em vários estados do Brasil a fim de celebrar o amor. Iniciava-se, assim, seu Teatro Lírico, que foi continuado com dois textos de caráter lírico: Paixão de Lia (1994) e O amante brasileiro (2003) – este último, por sugestão de atores do Teatro Oficina, que perceberam o potencial do romance homônimo da autora para a cena.
Em Teatro Dramático, encontram-se tas peças. Brasileira de Paris (2005) é uma sátira das ideologias do machismo e da libertinagem, que são contrárias ao amor e ao desejo feminino. Adeus Doutor (2008) acompanha a análise de uma mulher impossibilitada de se identificar com as ancestrais, que, por isso, não pode ser mãe. A heroína supera seu problema ao ver reveladas as razões inconscientes de seu drama. Em trilha semelhante, Betty Milan criou Dora não pode morrer,sobre o câncer e a loucura, na qual revela a importância da história subjetiva do doente para que haja a cura.
Em Teatro Didático está a peça A vida é um teatro, título inspirado em Shakespeare, mas trabalhado com a ousadia da experimentação. Exceto o texto e as vozes que o dizem, tudo o mais é dispensado na encenação. Como se lessem uma partitura musical diante de suas estantes, três atores – o consulente, que pergunta; o consultor, que respondo; e a Voz, que observa e comenta –, discutem infidelidade, ciúme, masoquismo e preconceito, fazendo ressoar o drama, que está nas palavras.