O Sofressor no país da balbúrdia

Se estás desesperado; se já não acreditas em nada nem em ninguém, se até a própria justiça é o pilar mor da injustiça; se quiçá o desânimo te alcançou; se para sobreviver tu tens de ser o carrasco de teus próprios irmãos; se para respirar teu caminho tem de ser uma trilha de sangue e suor alheio, cuidado; pois, muito provavelmente, você estará em Padrástia.
Nenhum lugar no mundo é mais ‘sem-noção’, ali o amor sempre se desvia, a solidariedade há muito morreu; lá se tornou o berço dos Mercadores de sonhos, tais animais perversos alimentam-se dos sonhos mais imaculados, mais honestos, pois são os que valem mais no mercado de ilusões no qual inventam e propagam aos quatro ventos desejos para chamar a atenção de mais e mais pobres inocentes cegos de suas verdadeiras identidades, os quais vagam alienadamente jurando de mãos atadas e pés juntos que dizem a verdade, que defendem a verdade; mas a verdade é que são só pobres marionetes nas mãos de poderes espúrios e algozes, são capitães-do-mato modernos, são vítimas, são só pobres imbecis.
Essa é a história de um lugar onde cidadania é vassalagem, onde ser bom é ser fraco; Sodoma e Gomorra serão eternamente celebradas nos quartos e nas salas dos bordéis desse lugar, neles os Jaguares e os Morcegos carrascos da humanidade se libam de sonhos e desejos roubados, e como aconteceu naquelas cidades e regalados naquelas mesmas salas hão de perecer, afogados em suas piscinas de demagogia e hipocrisia.

Adriano souto de Albuquerque