O professor e o monólogo

A voz do monólogo se calou, por alguns instantes.
Debrucei meu cotovelo sobre a cômoda à minha frente, sentado, apoiei o meu queixo com a mão direita. Fitando os olhos naquele espelho, percebi que a claridade do sol que penetrava através da janela à minha direita refletia uma forte luz promovendo uma sensação de quentura. Era o sol que se refletia sobre o meu rosto através do próprio espelho.

E, os cabelos estavam molhados, o suor escorria sobre o meu rosto, então, me levantei, peguei a toalha e entrei no box do banheiro, liguei o chuveiro, sem perceber, estava plugado em água morna, pulei fora. Depois ajustei o plugue do chuveiro para verão. Foi que sentir, naquele dia, o frescor da água que escorria sobre o meu corpo, promovendo o tão merecido descanso.
Agora penteava os cabelos, com a outra mão segurava a toalha que enxugava o corpo molhado, ainda, cansado, sentei-me, novamente, naquela cadeira à frente do espelho. Mas, tem aquele dia, nosso cérebro quer pensar e raciocinar através de um monólogo:
- Você não analisa que é muito esquisito certas defesas que nosso cérebro provém em defesa dele mesmo? Ou seja, são acionados os mecanismos de defesa para evitar a dor emocional, porém, diminuir a dor da frustração que não é fácil. É nesse momento que o cérebro nos avisa, atiça o consciente, alertando de uma emoção negativa conhecida como recalque: o desejo não satisfeito; o desejo não realizado; o desejo não conquistado.