O Porão

A nossa mente é tão obscura que não percebemos quem realmente somos. Ou, ela, a mente, é um vasto campo adaptável que nunca seremos realmente quem pensamos que somos. Como nos ajustamos às influências do nosso meio, se essas influências foram de encontro ao que acreditamos, como se adaptar para se salvar? Até onde estaremos preparados para passar incólume a essas influências.
Sérgio, a personagem dessa história, não estava preparada.
Órfão, Chris, a outra personagem, aprendera a se contentar com pouco. Até onde tinha ido, foi longe até demais. A sua felicidade baseava em um tripé: o trabalho, o casamento e os poucos amigos, não necessariamente nesse ordem. A rotina não era um peso, mas solo firme, dando sustentação ao tripé.
Contudo, a rotina de Chris foi quebrada em um encontro casual no Shopping Eldorado Plaza, abrindo uma fenda no solo que dava sustentação ao tripé.
Depois disso, ela não foi a mesma, nem Sérgio.
O Porão não é uma história de mocinhos e bandidos, heróis e heroínas, do bem contra o mal, mas de seres humanos falíveis, como eu, como você.