Metalinguagem

Metalinguagem é uma obra que trata do próprio ato de escrever. Seria um romance, uma fecundação dionisíaca que narra o nascimento da poesia. É uma adrenalina incoerente de quem por vezes se faz estática. É o brincar de esconde-esconde com a palavra que nunca falta. É um dedilhar corporal de separações silábicas e neologismos pulsantes. É como nublar, submergir. O poeta é apenas esse eloquente viajor que não finca morada nem no céu, nem na terra. Está sempre entre a linha tênue entre o existir e o estar. Este livro é uma saudação poética em memória da pulsante Clarice. Minha patronesse e inspiração que se faz ponte com Zaratustra, do inexplicável poder Nietzschiano ou com a Cidadela do Exupéry. Quem sabe talvez me ligue as Vozes de Capitu e Escobar que ainda ecoam intermináveis. Metalinguagem é um pouco de nada e tudo. É prolixo e também clandestino. É para o desconhecedor e também para o fazedor de histórias. É para o milhafre esfomeado e para o que pensa estar de barriga cheia. É a Macabéa da Lispector, franzina e indelicada. É a Dry Neres, mais uma vez e sempre, escrevendo porque precisa respirar. É um pouco de você, mas também de mim. É um desassossego Pessoano que invade o pitoresco byroniano. Mescla tudo e quase nada. Se não gostar, perdoa-me, incansável leitor... É ausência de fé na minha escrita ou quem sabe, na humanidade. Saboreie e se não descer, cuspa. E que o ato de cuspir não corroa por fim, as vísceras de algum defunto autor Machadiano. E o que o ato de cuspir seja permanente para que você não sobreviva como um poeta: sempre em situação de engasgo. Todavia, se conseguiu ler até aqui sem que tivesse vontade de me apertar os órgãos, continua vai... Às vezes isso vira hashtag ou uma tattoo!