Margarida Nua - Americana e outros contos

Protagonizadas por mulheres em busca do prazer, as 18 histórias deste livro transmitem surpresa e sensualidade. São mulheres que não temem enfrentar desafios. Originados em fatos reais, sussurrados em conversas ao pé do ouvido por elas mesmas, estes contos são enriquecidos pela autora, com detalhes como cores e tons de voz, paisagens e maresia, o que torna o texto uma pérola literária.
Por exemplo, o primeiro conto, “Nua, de salto alto e bolsa a tiracolo” revela uma jovem que aposta alto com o namorado quando ele lhe propõe sair nua de casa e voltar após algumas dezenas de minutos; ela precisa apenas representar, fazer de conta que é uma mulher desconhecida a bater de madrugada à porta de um homem.
“Margarida Nua” é outro conto interessante, todo escrito em diálogos através de e-mails, revela uma mulher em uma boate; até aqui tudo bem, mas ela precisa superar um obstáculo, fato que lhe trará grande alívio.
“Festa especial” retrata uma mulher festeira que recebe em domicílio, envolto em papel de presente, o vestido com o qual foi a uma festa duas noites atrás.
“Rita” é uma narrativa curta, possui, no entanto, o suficiente para relatar as loucuras de uma mulher de BH nas praias do norte fluminense.
“Amores físicos em tempo real” aborda uma mulher que adora andar muito a vontade, ou encontrar seus namorados inteiramente nua.
“Dayse”, narrativa ambientada em Brasília, revela com muita delicadeza a sutileza do mundo feminino; uma mulher ganha uma joia de um desconhecido, no final de um dia de trabalho num Shopping da cidade.
“Eu e Lu comemos todos eles” narra as loucuras de duas mulheres que, ao viajarem para o litoral, aceitam dois biquínis mínimos, concordando com a aposta de dois rapazes; ainda são eles que vão vesti-las e levá-las a passear durante à noite, após a praia.
Tudo muito divertido. Tudo pleno de frisson. As mulheres deste livro vibram a mil, sempre a sentirem e a provocarem arrepios nas aventuras de amor e de sexo.
Trecho de um dos contos:
“Joana estava sentada numa pequena cadeira de ferro, na varanda de casa; cruzara uma perna sobre a outra e, com o braço direito, como correia em meia diagonal, tentava tapar os seios. A postura não era de vexo nem de desdém, caía-lhe bem a inteira nudez; beleza e uma ponta de ousadia moldavam-lhe a silhueta. Sua face esboçava ligeiro sorriso.”