Mãos Abraçadas em Flor: lPoesia Juvenil

Foi intenção do autor coligir a maior parte dos seus poemas correspondentes aos anos de 1980 a 1986. Porém, são raros os que se encontram segundo o original, pois durante estes anos foram submetidos a diversas modificações. Procurou-se que o tema não sofresse qualquer modificação, nem o modo de pensar do autor na época em que cada um foi redigido. Daí haver alguns poemas extremamente ingénuos e com certo ar infantil.
Salvo a ingenuidade e o ar infantil, o autor reconhece haver na maior parte destes poemas uma tentativa de procurar entender a vida e o homem, o amor, o mundo, Deus. Distingue-se já uma interpretação existencial franzina, mas pronta a explodir. Um pessimismo bastante grande assola muitas das estrofes, chegando mesmo o seu ponto máximo ao verso Maldito seja o homem! de “Cântico Final”. Para, além de um desenfreado pessimismo, este verso traduz uma enorme falta de confiança no próprio homem e uma espécie de ódio a si e aos outros.
Nos Ecos de Paris, Eça de Queirós defende a publicação de todos os escritos (póstumos ou não) de um autor, pois que, na sua opinião, «mais completo se torna o trabalho crítico sobre a sua individualidade e a sua obra».