Álbum de folhas secas

Esta história contada entre o passado e o presente dos personagens principais, Tatiana e Luís, com trajetórias tão diferentes entre si e tão similares ao mesmo tempo.
Tatiana, uma carioca nascida em Copacabana onde vários episódios ruins e difíceis de sua vida este bairro fora palco, como assédio, mortes e perdas importantes, vê sua vida mudar ao mudar para o Jardim Botânico, em frente à Lagoa Rodrigo de Freitas. Lá ganhara uma nova turma, animada e regada ao som disco do final dos anos 70. Ali também conheceu seu primeiro namorado e sua primeira paixão, além de amigos que a acompanharam por toda a vida.
Mais tarde, com a mudança de trabalho de seu pai para outro estado, ela teve que deixar tudo que amava muito para trás, ainda adolescente. Ela não sabia, porém, que seu pai e sua mãe também deixavam para trás, pessoas e sentimentos muito importantes para eles.
Seu pai um veneziano apaixonado por sua cidade natal finalmente encontrou naquele bairro carioca a referencia geográfica que tanto se assemelhava à veneziana. Gianni viera da Itália em uma das ondas migratórias para o Brasil para trabalhar em uma fábrica que Caterina, sua irmã mais velha, veio montar junto com seu marido Fúlvio, no litoral carioca. A aventura que fizera Gianni deixar a Itália acabou em falência. Sua mãe acabou falecendo sem que ele tornasse a vê-la novamente. E seu irmão mais velho, tão querido que Gianni tinha como pai – Nino, só tornou a vê-lo 22 anos depois.
Sua salvação foi Clara que se apaixonou por Gianni assim que o viu pela primeira vez. Ela casou e apostou sua vida ao lado do seu italiano, mesmo ele sendo órfão, sem dinheiro algum e com uma saúde precária. Juntos tiveram Andrea, Giuliana, Tatiana e Francesco, mas a vida deles sempre foi muito difícil e penosa.
Na outra ponta da história está Luís, que crescendo à sombra de uma família totalmente alheia à sua existência.
Suas irmãs, Fabiana e Fernanda, simplesmente o ignoraram, ainda que fosse melhor do que ele recebia do pai, que era o mais profundo desprezo. Ele não entendia porque, e mesmo o excesso de carinho e atenção da mãe, para compensar não apagavam esta dor.
Na adolescência Luís ganhou uma oportunidade única na vida, foi fazer o High School em Bristol na Inglaterra. Ninguém em sua casa, inclusive ele, entendeu como e nem porque fora possível esta oportunidade. Para Luís sempre fora seu pai que havia feito o tal fundo internacional, escondido de todos, para mantê-lo longe e distante o suficiente.
Apesar das dificuldades de morar fora do Brasil e sozinho aos 15 anos em um pais de língua e costumes tão diferentes do dele, Luís se saiu muito bem. Além do sucesso nos estudos, Luís fez várias amizades. Uma delas foi Amy, sua amiga de vida, a irmã próxima e carinhosa que até então ele nunca tivera.
Entre muitas idas e vindas, Luís retorna ao Brasil já formado e sócio de um outro brasileiro Cláudio, para montar uma empresa de Estruturas Metálicas para a Construção Civil.
Com a vida agora sistematizada, Luís está feliz e radiante, após um casamento por tanto tempo desejado, ele aguarda o nascimento de Carolina, a filha e legado deste amor sincero e que pelas circunstâncias se tornou tão grande.
O que Luís não esperava era que novamente a vida iria testá-lo e de maneira tão forte e intensa que quase o quebrara por inteiro.
Somente se afastando Luís conseguiu curar suas feridas, e por fim, com um encontro fortuito e completamente inesperado, sua vida voltou aos trilhos: trabalho, amor e família. Esta trajetória contou com a ajuda de uma pessoa que veio a se tornar muito importante e imprescindível na sua vida, e dessa união tão desejada e esperada, acabou proporcionando longevidade à família de ambos.
É uma história sobre amor, resiliência e perdão.