O ZEN DE MARANGUAPE: Uma trajetória no tempo

Ele tinha uma aparência robusta, altiva e objetiva. Costumava falar direto o que achava que precisava ser dito. Falava afirmativo e chegava a provocar algum constrangimento a quem o ouvia, ou lhe fazia perguntas na tentativa de lhe colocar em dificuldade. Mesmo assim os que contestavam não deixavam de frequentar os encontros que se realizavam na praça. Ele dizia: Falar direto o que se quer dizer, a palavra ganha força. Sua estatura não era alta, pouco mais de um metro e sessenta. Com uma voz vigorosa de tom firme, dava a impressão de uma presença imponente. Quem apenas o ouvisse falar, podia pensar ser ele agressivo, mas era apenas porque dizia direto o que queria falar. Se encontrasse uma pessoa conhecida se colocando em risco, em atitudes que não podia trazer bons resultados, ou tentando esconder as intenções que transmitia no olhar e nos gestos, fazia uma pergunta provocadora e chamava atenção. Perguntava se já tinha aprendido a lembrar de ter cuidado. Sabia ser objetivo, com palavras meigas, na maioria das vezes, dizia o que achava ser necessário e duro de ouvir. Nas entrelinhas trazia seus conselhos. Se achasse que falando direto pudesse causar algum pensamento que machucasse o sentimento de alguém, contava uma história, ou falava de forma subjetiva e tentava estimular o pensamento de quem precisava tomar alguma atitude em prol de si mesmo. E nos casos de risco de vida, dizia: Por falta de uma disciplina o espírito pode se enveredar por caminhos que o fazem perder a direção...