AS CRÔNICAS DO ESTADO BABÁ

Nessa publicação, voltada para liberais, libertários ou qualquer pessoa que valorize seus direitos individuais, Clayton de Souza apresenta 14 crônicas, ao estilo satírico, que abordam o contexto excessivamente paternalista do estado brasileiro, com suas leis esdrúxulas e regulações sem sentido. Como a proibição dos saleiros nas mesas de restaurantes ou o registro em cartório para o porte e translado de um simples estilingue. Como iniciação à obra, eis um trecho do prefácio escrito por Leonardo Lisboa:

Crônica é um gênero literário bastante popular em nosso país. Muitos escritores se tornaram mestres na arte da narrativa temporal e do cotidiano ao descreverem as mazelas da sociedade e apresentarem o dia-a-dia com uma roupagem interessante e atrativa. Nelson Rodrigues -- seu olhar aguçado que o diga --, além de Vinicius de Moraes, que com seu humor afiado sempre arranca sorrisos de canto de boca do leitor. Outros mais podem ser citados: Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Rubem Braga, Lima Barreto e afins; nossa literatura é nobre nesse quesito e não deixa a desejar aos mais exigentes amantes do gênero literário. O Brasil é definidamente um convite para os cronistas, não falta em nossa ilha de Vera Cruz casos e acasos que impulsionem a escrita de uma boa crônica.

O monstro combatido neste livro atende pelo nome de ESTADO, uma entidade presente em todos os lugares e com um poder de influência invejável em nossas vidas. É provável que até mesmo George Orwell se surpreenderia caso pudesse observar a que nível de interferência estatal chegamos em nossa querida república das bananas. A gana do ESTADO Brasileiro é agigantada nos mais variados espectros; nada escapa da sua área de interesse: desde o sal causador de hipertensão, ao João que deseja ensinar basquete a crianças carentes. Casos como esses poderiam perfeitamente povoar esquetes de humor, no entanto são uma realidade em nosso país e suscitam debates acalorados no Congresso Nacional.

O livro que você tem em mãos apresenta leis, regulamentações e projetos de leis que parecem saídos de uma tragicomédia grega -- mais trágica que cômica, eu diria --, todos estes são apresentados com uma roupagem humorística que nos desperta risos, mas nos deixa reflexivos sobre o perigo de um estado gigante controlando os pormenores de nossa vida.