Amar é Crime

⭐⭐⭐

Amar é Crime

Marcelino Freire

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AMOR E SANGUE


“AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER”, diz o primeiro verso do soneto de Camões. Nos contos deste livro, os amores são ardentes e exibem sua chama. São des–medidos, ur­gentes, desenfreados, e por isso mesmo é que se oferecem ­­– ou melhor, se impõem – à vista de todos. O que interessa é res­gatar, pelo grito, a paixão reprimida, per­dida ou recolhida. Tudo se revela por meio de explosões e de palavras cortantes, san­grentas, no melhor estilo de Marcelino Freire. Se amar é crime, conforme diz a can­ção popular, como evitar que uma escrita tão amorosa seja também fortemente agres­siva, desmentindo todas as leis?
Negros, prostitutas, carroceiros, crian­ças, miseráveis, inocências pisadas, deslo­cados de todos os tipos, à margem da ci­dade que parece ignorar sua existência – toda essa galeria de personagens, que já conhecíamos de outros livros do autor (João Gilberto Noll definiu-os como “criaturas da deriva social”), reaparece aqui com re­novada fúria. A pesquisa da linguagem oral e o manejo do discurso direto, marcas registradas da escrita de Marcelino Freire, se mantêm firmes. A despeito do humor, frequentemente grotesco, preserva-se tam­bém o registro poético, que não se resume ao uso “cordelista” das rimas.
Embora solte farpas contra as rimas – foi por causa delas, segundo o narrador do conto Irmãos, “que o nosso país está o que está. Um horror!” –, o autor de Amar É Crime não sabe viver sem elas. A rima é ostensiva, mas também aparece com sutileza, como na sequência das toantes “rosa”, “xoxota” e “moda”, do conto Modelo de Vida, ou na série “acorda”, “porca”, “gor­da”, “gosma”, do conto Mariângela. De toda maneira, trata-se de um recurso que visa não propriamente à poesia, mas à construção da oralidade, uma das fontes inesgotáveis da literatura brasileira, como temos visto em belas amostras desde o Modernismo.
Oralidade: eis a palavra-chave. A lite­ratura de Marcelino Freire é erguida sobre falas, frases roubadas, pedaços vivos do cotidiano e da matéria social brasileira, que ele recolhe com inteligência crítica, a exemplo do que ocorre em autores co­mo João Antônio e Francisco Alvim. E como falam os personagens deste livro! Desabafam o tempo inteiro e protestam com veemência mesmo quando estão calados, como a gorda do citado conto Mariângela, que matou a mãe por esta ter impedido a realização de seu primeiro amor. A gorda não fala: sua fala é o próprio corpo de 240 quilos, atravessado no meio do trânsito.
Os personagens de Amar É Crime são “monstros” que despertam como vulcões, seres atolados que de repente resolvem “voar” – ou amar – e saem pelas ruas aos gritos, reivindicando o que lhes foi recusado pela sociedade injusta e opressora. “Hoje o mundo vai saber de mim”, diz o jovem protagonista de Crime. Chamar atenção, transformar o seu drama invisível em urgência notada por todos, é o desejo que move a maioria dessas criaturas. Outro bom exemplo é dado pela menina do con­to Declaração, que foi seduzida pela pro­fessora: “Vim para gritar. O meu amor, para todo o sempre, meu amor, seu juiz, sem fim. Ninguém consegue segurar este motim”
O impulso de afirmar o amor clandestino, em contraposição à cegueira da cidade (ter­ritório da lei), que não tem olhos para vê-lo, aparece também no conto União Civil. Na paisagem imperturbável de São João Del Rey, a imagem epifânica de dois homens empurrando um carrinho de bebê parece ser vista apenas pelo narrador, que a mistura com cenas de seu próprio passado – do seu criminoso amor infantil. Neste conto metalinguístico e densamente poético, o pro­cesso de construção da narrativa se confunde com os percalços da iniciação amorosa e da descoberta de si mesmo.
Com suas ações extremadas, os perso­nagens de Marcelino Freire não querem apenas parar a cidade – como quem desfila na avenida ou vê sua vida transformada em notícia escandalosa, em enredo de novela das oito. Querem a atenção de todos, sim, mas certamente porque seu drama não se limita ao indivíduo.

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